Durante 67 anos, Nelson Mandela dedicou sua vida ao serviço da humanidade, como advogado defensor dos direitos humanos, como preso de consciência, trabalhando pela paz e como primeiro presidente democraticamente eleito em uma África do Sul livre. Recorde alguns fragmentos de discursos ao longo de sua vida:
Luta por liberdade: "Não se pode esperar que pessoas que vivam na pobreza e com fome paguem aluguéis exorbitantes ao governo e às autoridades locais. Somos o nervo central da agricultura e da indústria. Fazemos o trabalho nas minas de ouro, diamantes e carvão, nas fazendas e na indústria em troca de salários miseráveis. Por que temos que seguir enriquecendo a quem rouba o produto de nosso sangue e do nosso suor, a quem nos explora e nega o direito de nos organizarmos em sindicatos?" (Declaração à imprensa, "A luta é minha vida", 26 de junho de 1961)
Sobre sua detenção: "Lutarei contra o governo junto com vocês, polegada a polegada e milha a milha, até que conquistemos a vitória. O que vocês farão? Se somarão ou vão cooperar com o governo em seus esforços para reprimir as reivindicações e as aspirações do nosso povo? Da minha parte, já fiz minha escolha. Não abandonarei a África do Sul, nem me entregarei. Somente com dificuldades, sacrifício e ação militante se pode conquistar a liberdade. A luta é minha vida. Seguirei lutando pela minha liberdade até o fim dos meus dias". (Declaração à imprensa, "A luta é minha vida", 26 de junho de 1961)
Sobre a discriminação racial: "Odeio que se instile sistematicamente nas crianças o preconceito baseado na cor e me sinto apoiado nesse ódio pelo fato de que a imensa maioria da humanidade, aqui ou no exterior, concorda com a minha maneira de pensar. Odeio a arrogância racial que decreta que as coisas boas da vida devem serguir sendo direito exclusivo de uma minoria da população e que reduz a maioria da população a uma condição de servilismo e inferioridade e a mantém como rebanho desprovido que trabalha onde mandam e se comporta como lhe diz a minoria governante". (Declaração em juízo, Pretória, 15 de outubro a 7 de novembro de 1962)
Sobre o trabalho: "A queixa dos africanos não é apenas que são pobres e os brancos ricos, mas que as leis feitas pelos brancos têm o objetivo de preservar essa situação. Há duas maneiras de deixar a pobreza. A primeira é através da educação formal e a segunda quando o trabalhador adquire maior conhecimento em seu trabalho e, assim, um salário mais alto".(Declaração em juízo, Pretória, 20 de abril de 1964)
Sobre o apartheid: "Permanecerá para sempre como uma mancha que não será apagada da história da humanidade o mero fato de que o crime do apartheid ocorreu. Sem dúvida as gerações futuras perguntarão: 'Que erro se cometeu para que esse sistema pudesse vigorar depois de ter sido aprovada a Declaração Universal dos Direitos Humanos? Permanecerá para sempre como uma acusação e um desafio a todos os homens e mulheres o fato de que demoramos tanto tempo para bater o pé e dizer 'já basta'". (Discurso ante o Comitê Especial das Nações Unidas contra o Apartheid, 22 de junho de 1990)
Reconciliação na África do Sul: "Muitas pessoas se mostraram céticas sobre a nossa capacidade de tornar realidade o ideal de uma nação multirracial. Mas reafirmemos uma vez mais que não é a nossa diversidade que nos divide, não são nossas características étnicas, a religião ou a cultura que nos divide. Desde que conquistamos a liberdade, só há uma divisão entre nós: entre os que levam a democracia no coração e os que não!" (Durban, 16 de abril de 1999)
Sobre os direitos humanos universais: "Se todas as esperanças podem ser traduzidas em um sonho realizável e não em um pesadelo que atormente as almas dos velhos, então terei paz e tranquilidade, então a história e os bilhões em todo mundo proclamarão que valeu a pena sonhar e se esforçar dando a vida por um sonho realizável". (Discurso ante a Assembleia Geral das Nações Unidas, 21 de setembro de 1998)
Construção da paz: "A paz não é simplesmente a ausência de conflito, a paz é criação de um entorno em que todos possamos prosperar, independentemente de raça, cor, credo, religião, sexo, classe, casta ou qualquer outra característica social que nos distinga. A religião, as características étnicas, o idioma e as práticas sociais e culturais são elementos que enriquecem a civilização humana, que se somam à riqueza de nossa diversidade. Por que deixar que se convertam em causa de divisão e violência? Estaríamos degradando nossa humanidade comum se permitirmos que isso ocorra". (Nova Délhi, Índia, 31 de janeiro de 2004)
Sobre a luta contra a pobreza: "Vivemos em um mundo em que os conhecimentos e a informação avançaram a passos gigantes, porém milhões de crianças não vão à escola. Vivemos em um mundo em que a epidemia de Aids põe em perigo o próprio tecido de nossas vida, mas gastamos mais dinheiro em armas do que para garantir o tratamento e o apoio para as milhões de pessoas infectadas com HIV. É um mundo de grandes promessas e esperanças, mas também é um mundo de desesperança, enfermidade e fome. A eliminação da pobreza não é um gesto de caridade. É um ato de justiça". (Concerto Live 8, Johanesburgo, 2 de julho de 2005)
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